CALENDÁRIOS JOGOS

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

QUE HÓQUEI TEMOS, QUE HOQUEI QUEREMOS ? - V

Esta semana pedimos a Ricardo Nogueira, actual responsável pelo Hóquei Jovem do FCO Hospital para nos falar um pouco daquilo que pensa sobre o hóquei que temos, abordando tambem alguns temas que o "HOQUEIREGIONAL" achou por bem questionar.
Ricardo Nogueira com 25 anos ligado ao FCO Hospital, sabe como poucos o que se passa dentro do Clube, hoquisticamente falando.
Fomos pois ouvi-lo e conhecer um pouco mais daquilo que o FCO Hospital faz pelo hoquei em patins.


HR – O FCO Hospital sendo um Clube inserido numa zona do País que em volta nada existe relativamente ao Hóquei, qual o segredo dos responsáveis para o sucesso que o Clube vai coleccionando nas formações mais jovens?
R.N – O Segredo está na dedicação, entrega e espírito de entre-ajuda que há nas mais variadas pessoas que, em regime de voluntariado, trabalham na secção diariamente para que os atletas que escolheram a modalidade de hóquei em patins a possam praticar nas melhores condições possíveis e num ambiente descontraído e familiar. Pretendemos que a secção de Hóquei em patins do Futebol clube de oliveira do Hospital seja, principalmente uma escola para a vida. A componente competitiva não é prioridade, mas sim os valores que tentamos incutir diariamente com um grupo de trabalho magnífico que vai desde Treinadores, directores, Seccionistas, amigos, familiares e pais que fazem um esforço enorme, nomeadamente financeiro na compra de algum material que é extremamente dispendioso. Este esforço partilhado por todos já nos deu bastantes alegrias como o de Campeão Nacional de Infantis na época 2005/2006 e vice campeões na seguinte, participações nas fases finais dos nacionais em alguns escalões de Formação, pois a nossa prioridade é a formação. Nesse sentido, acho que o F.C.O.H é já uma referência no panorama do Hóquei Nacional. Todos desempenham o papel pró-activo na secção de Hóquei em Patins do Futebol Clube de Oliveira do Hospital.

HR – A gestão que uma Secção Juvenil tem, são uma “dor de cabeça” para os Directores de qualquer Clube. Como é que o FCO Hospital consegue, pôr a máquina a funcionar? Para além dos apoios oficiais a colaboração dos pais é uma realidade no Clube?
R. N – Como disse anteriormente, todos têm um papel pró-activo na secção e, só assim, é possível contornar muitas dificuldades com que nos deparamos diariamente. É evidente que não é fácil numa cidade com pouco mais de 4 mil habitantes e onde cada vez mais se sofre de interioridade, captar atletas para a prática da modalidade. Tem que haver um trabalho bastante árduo para os incentivar a uma modalidade cuja aprendizagem não é fácil, pois as crianças normalmente pensam que é só calçar os patins e jogar. Mas todos sabemos que um atleta de hóquei tem muitos anos pela frente para saber patinar bem e dominar os movimentos que são vitais para a prática da modalidade. Há outras modalidades que não exigem tanto, nem do atleta, nem dos pais como motivadores e com um papel importante na continuidade da modalidade de Hóquei em patins. Normalmente, e numa sociedade cada vez mais stressada, as pessoas querem resultados imediatos, e, no hóquei em patins, os resultados não são! Mas o sucesso desta secção passa mesmo por aí pela paciência, pelo trabalho que todos desempenham diariamente sem nenhuma contrapartida, a não ser a de alegria dos atletas a praticar uma modalidade tão querida mas, muito pouco respeitada em Portugal. Não poderia deixar de expressar todo o nosso agradecimento à autarquia local uma vez que são o nosso principal pilar financeiro e logístico, bem como às entidades e empresas locais, que com as dificuldades que atravessam de uma maneira ou de outra, tentam sempre contribuir e se mostram solidárias com a secção de Hóquei em patins de Oliveira do Hospital
HR – Os Campeonatos Regionais terminaram, no que diz respeito aos escalões de competição, como vês a prestações das equipas do Clube nas provas em que estiveram envolvidas?  
R.N- Sinceramente, acho que todas estiveram bem, embora umas com mais sorte do que outras, mas todas deram o seu melhor e dignificaram o nome do clube e da cidade, dentro e fora de campo. Deixo aqui só uma sugestão para próximos sorteios: porque não criar cabeças de série para que os grupos fiquem mais equilibrados? E digo isto, porque houve escalões onde as equipas mais competitivas ficaram todas no mesmo grupo, logo houve as que não conseguiram passar ao nacional e que, pela sua qualidade individual, também o mereciam, não desprestigiando aquelas que passaram. Não merecendo qualquer contestação, também para essas equipas desejo as maiores felicidades. No escalão de Juvenis, onde ficámos apurados para o Nacional, avizinham-se jogos tão difíceis quanto competitivos!

HR – A necessidade de se adaptarem os Campeonatos, fruto das alterações impostas pela Federação, levou a que se começassem a disputar provas Regionais em conjunto com Leiria e Coimbra. Na tua óptica quais são a vantagens e desvantagens deste modelo de competição?
R.N – As vantagens são imensas, isto porque há mais competitividade e muito mais hóquei. Todos temos a noção de que o nosso campeonato era muito pobre e com poucas equipas na Associação de Coimbra. Podemos mesmo dizer que era muito difícil arranjar motivação, porque eram sempre as mesmas equipas. Desta forma, é completamente diferente, há mais competição, há um intercâmbio entre atletas, dirigentes e até treinadores, pois, no meu entender, o futuro do hóquei em patins está na troca de saberes, de informação, de conhecimentos da modalidade e experiências por parte de todos os intervenientes! A desvantagem mais visível que eu posso referir é a distância a que estamos da grande maioria dos clubes, sendo um esforço financeiro muito grande para a secção ter todos os escalões a competir. Logo, este campeonato tem custos muito elevados e não é fácil gerir com a crise que se instalou em Portugal. Para os próprios atletas, é muito cansativo, mas como se costuma dizer que “quem corre por gosto não cansa”, continuamos aqui a trabalhar diariamente para o Hóquei regional e nacional.

HR- Com a segunda época já a decorrer nestes moldes em que participam equipas de 3 Associações, provavelmente já terás uma ideia do trabalho que se realiza nos Clubes de outras Associações. Queres partilhar a tua opinião connosco sobre isso?
R.N – Na generalidade, acho que todos os clubes trabalham muito bem e continuo a dizer que o hóquei em patins em Portugal tem muita sorte porque, na sua grande maioria, o trabalham em prol da modalidade, sem pedir nada em troca e em regime de voluntariado. É importante começar a captar mais gente nova para a modalidade, principalmente na parte técnica, pois por todos os pavilhões por onde passo acabo sempre por ver as mesmas pessoas que vão sussurrando que é o último ano mas, na verdade, no ano seguinte lá estão de novo. O hóquei é um desporto que gostando, entranha-se nas nossas vidas, é complicado sair, é quase uma dependência e isso é o que eu sinto na maioria dos clubes, é que se trabalha com muita dedicação e vontade, logo os resultados são sempre bons. O esforço feito por todos é, sem sombra de dúvidas, de enaltecer e felicitar.

HR – Existe algum constrangimento em falar das “competições” mais jovens (Escolares e Benjamins). Qual é a percepção que os responsáveis técnicos tem sobre a forma de competição que é definida pela FPP? Achas que deve ou não existir já nestes escalões alguma forma de competição? Um dos pontos mais sensíveis a muitos Clubes é o facto de haver a obrigatoriedade de estarem dois GR na equipa faz que alguns Clubes prescindam de inscrever esses escalões por não conseguirem preencher esse requisito. A falta de árbitros nos encontros é também outro dos pontos sensíveis a muitos Clubes. Gostaria que desses uma opinião pessoal acerca destas questões.
R.N – Não faz sentido nenhum falar em competição. Até pelo curso que tirei de treinador, a nível da federação, é completamente despropositado falar em competição, até ao escalão de Infantis. Não faz sentido falar em competição a crianças de 6/7 anos pois o intercâmbio e troca de experiencias é que são realmente, importantes. Para mim, a vida vive-se por etapas. O hóquei também tem as suas etapas e, nestes escalões, o mais importante é a participação, a troca de saberes. Para o F.C.O.H a componente competitiva nunca foi uma prioridade. Formamos os nossos atletas com base no respeito mútuo e nos valores mais importantes da sociedade. Digo até que nestes escalões, não deveria haver marcadores e que os jogadores deveriam, pelo menos uma vez passarem pela baliza para, pelo menos, experimentar essa posição. Não vejo qual a importância de ter um ou dois Guarda-redes e 7/8 ou dez jogadores. O que interessa aqui é que o hóquei em patins não desapareça e que se consiga ter um maior número de atletas, isto porque cada vez mais vão aparecendo novas modalidades que eu designo por modalidades da moda e vêm de certa maneira, fazer “concorrência” ao hóquei em patins, se é que posso dizer assim. Isto para não falar que hoje os nossos jovens passam demasiado tempo em frente às televisões, computadores e consolas. Acho vital para o desenvolvimento do Hóquei e da sociedade em geral que se revejam alguns regulamentos e que se apresentem soluções, porque problemas já todos nós temos.


HR – Para terminar, coloco este espaço para, se assim o entenderes, deixares uma mensagem a todos aqueles que de uma forma mais ou menos activa acompanham o HP, e em particular o Hóquei Juvenil.
R.N – Quero dar os meus parabéns a todos aqueles que, diariamente trabalham, em prol desta bonita modalidade. Continuem a trabalhar e nunca desistam.  

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

AGENDA DE JOGOS PARA 5 E 6 FEVEREIRO

CAMPEONATOS NACIONAIS JOVENS

O "HOQUEIREGIONAL" dá em primeira mão a constituição da 1.ª Jornada dos Campeonatos Nacionais onde intervêm equipas das Associações de Patinagem de Leiria, Coimbra e Ribatejo.
As formações pertencentes à AP Coimbra ficaram incluidas nos Grupos B de Juvenis (FCO Hospital) e Infantis (FC Lagonense).
Assim a partir do próximo dia 12 de Fevereiro inicia-se mais um Campeonato Nacional das camadas jovens, onde esperamos que as equipas das Região Centro consigam obter a melhor classificação possível.
O "HOQUEIREGIONAL" espera poder colocar com a máxima brevidade possível os calendários à disposição dos nossos visitantes.



SÁBADO, 12.02.2011

INFANTIS

Grupo B

CI Sagres- AD Sanjoanense
CA Feira – HA Cambra
FC Lagonense – FC Porto/Paço Rei

Grupo C

HCTurquel - SCTomar
HCSintra - JOuriense
HCSantarém - AEFísica D

JUVENIS
Grupo B
FC Bom Sucesso – Carvalhos
FCO Hospital – CA Feira
CI Sagres- FC Porto

Grupo C
HCSintra - SCTomar
JOuriense - HCOs Tigres
Sporting CP – HCTurquel

DOMINGO, 13.02.2011
 
INICIADOS 

HCSantarém - Sporting CP
CRCÁMemória - ACRSCita
HCTurquel – HCSintra

JUNIORES

SCTomar - JOuriense
UDCNafarros - SAlenquer B (trocam de jornada - 1º. é em Alenquer e na 2ª. volta, é em Nafarros)
HCTurquel - Biblioteca IR (realiza-se dia 23.02.2011)

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

2.º TORNEIO INTER ZONAS - LISBOA

Porque se deve sempre divulgar o que de bom se faz pelo hóquei em patins, eis um motivo, para não deixar passar em claro.
A Associação de Patinagem de Lisboa, dando continuidade a um excelente trabalho iniciado na passada época, repete a dose, e irá este fim de semana realizar uma prova denominada, "Torneio Inter Zonas", Torneio este englobado no projecto "Detecção de Talentos", e quem como objectivo envolver a participação de Treinadores, Dirigentes e obviamente a envolvência dos jovens atletas num fim de semana diferente, e onde se começa a perspectivar os jovens "craques" da região de Lisboa.
Um Trabalho louvável que está a ser levado a cabo pela AP Lisboa, e que poderá servir de mote a outras Associações a copiar este modelo, que só vem beneficiar e desenvolver ainda mais esta modalidade.

CAMPEONATO NACIONAL - GRELHAS

Terminados os Campeonatos Regionais dos 4 escalões de formação, eis altura de ver quais os grupos que as equipas Ribatejanas, Leirienses e de Coimbra irão competir desde Infantis a Juniores.
A Federação de Patinagem de Portugal publicou ontem a grelha com a constituição das 4 zonas e onde ficaram definidos os respectivos grupos para as equipas que evoluíram no Campeonato Regional da Zona Centro.
O "HOQUEIREGIONAL" deixa aqui a grelha para consulta

 clique na imagem para ampliar

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

QUE HÓQUEI TEMOS, QUE HOQUEI QUEREMOS ? - IV

O HOQUEIREGIONAL foi até Coimbra para conversar um pouco com Miguel Vieira, técnico da equipa Sénior e Juvenil da Associação Académica de Coimbra.
Embora jovem leva já alguns anos à frente de equipas de formação do Clube de Coimbra, e fomos auscultar o que ele pensa sobre o hóquei Jovem que se vai fazendo na região centro e saber um pouco mais daquilo que a AAC também vai desenvolvendo nesta modalidade.


HR – Michel como vês o HP na AAC, tu que levas já alguns anos a gerir equipas e como tal, com conhecimentos sobre a estrutura Academista?
Associação Académica Coimbra como Hóquei patins é um “clube” diferente dos outros clubes. Não o digo com desfavorecimento dos outros clubes nacionais, mas a perspectiva academista é de formar atletas mais numa perspectiva de preparar os jovens para a sua vida social e desportiva, se com isso se conseguir somar a perspectiva competitiva de vitória melhor. Em termos de gestão desportiva tem sido tudo feito com “cabeça tronco e membros”, sem nunca entrar em loucuras, as várias direcções que tenho tido a sorte de conhecer tiveram sempre critérios de gestão bem definidos.
HR – A AAC continua a ser uma referência Nacional, tanto como Clube assim como pelo HP. Com equipas sempre jovens tem conseguido alguns feitos nos Campeonatos Nacionais. O Clube tem conseguido segurar os bons elementos que transitam da estrutura Júnior para os Seniores, ou o Clube tem necessidade de recrutar jogadores para colmatar o plantel?
A secção de facto tem conseguido ter sempre atletas seniores oriundos das camadas jovens. A equipa é constituída com 90% atletas formados na casa. O restante dos atletas são alunos da Universidade de Coimbra que vieram para a cidade estudar desde os juniores, a direcção da secção de hóquei patins desde que sou treinador nunca teve como obrigatoriedade trazer atletas de fora da AAC, já que obrigaria a pagamento de transferências, o que já era um encargo extra para a secção, e prejudicaria os atletas da casa que vem desde jovens a trabalhar para um dia tentar a sorte no escalão superior da casa. Ao nível do escalão sénior o que a Direcção defende, é alcançar o melhor resultado possível com os atletas formados na AAC, mas se algum atleta de outro clube estiver disposto a pagar essa transferência também não se descarta a hipótese de aceitar esse atleta desde que ambas as partes estejam em mútuo acordo. Em relação a segurar os atletas da casa, temos conseguido, quando estes não vão estudar para fora da cidade já que libertamos os atletas quando estes querem sair. Mas AAC tem sido uma secção que tem demonstrado aos atletas que há mais vida para além do hóquei e que tem feito com que todos queiram cá permanecer, mesmo atletas que já representaram a selecção nacional e que tiveram propostas dos grandes clubes nacionais.
HR- Coimbra sendo um polo Académico, é natural que apareçam atletas oriundos de outros Clubes que pelo facto de irem estudar para aí, se disponham a jogar também pela Académica. O Clube é beneficiado com isso ou não?
A questão é bem colocada, na minha perspectiva a secção pouco tem beneficiado dos atletas que vem estudar para Coimbra, e no início de todas as épocas aparecem inúmeros atletas à secção académica o que por vezes é incomportável a nível logístico e de treino devido à enorme quantidade de atletas que se juntam. Muitos desses atletas que chegam a Outubro tem em média 18 anos saídos de casa para estudar em Coimbra, quando se lhe é questionado sobre ficar os Fim-de-semana para jogar ou pagar transferências, as coisas tornam-se complicadas, já que o dinheiro também não abunda na secção para pagamento dessas transferências. Se o atleta for importante para os clubes de onde vem, estes clubes oferecem soluções ou contrapartidas que a secção não pode dar, e naturalmente os atletas não ficam na AAC. Outro pormenor e o mais importante que acabei de referir anteriormente, é a tenra idade do atleta que vai ter que ser independente nesta cidade de estudantes e em que as solicitações são inúmeras e ele vai ter que as gerir ao nível profissional, emocional e desportivo na sua vida. Por fim a solução que temos indicado a esses atletas que vem de outros clubes é participarem nos campeonatos universitários e representarem a Associação Académica de Coimbra.
HR – Voltando baterias para as camadas jovens, a Secção Juvenil tem conseguido manter fornadas constantes na iniciação, o que indicia um trabalho de uma estrutura sólida. Qual o segredo que os responsáveis do HP têm para conseguir cativar os jovens para esta modalidade?
Digamos que essa foi umas das minhas preocupações quando tive funções de coordenação na AAC, aumentar o número de atletas, o número de treinadores com carteira na secção, para prevenir o futuro da Académica. Foi um trabalho de levar o hóquei às escolas do primeiro ciclo com alguns atletas da secção a fazer algumas demonstrações mais lúdicas de feição a cativar futuros patinadores. A aposta dos seniores residentes em Coimbra tirarem os cursos de treinadores foi uma solução que se arranjou para haver continuidade segura na secção de treinadores jovens, que são conhecedores da modalidade e do próprio “clube” e isto é um trabalho que deve ser continuado pelos seguintes responsáveis da formação já que o número de atletas aumentou e é altura de apostar mais na formação desportiva dos atletas apesar de que cada escalão treinar 3h30m por semana o que é pouco.
HR – Aquilo que tenho visto esta época, no que concerne a resultados desportivos, é provavelmente muito pouco para aquilo que o Clube investe. Nos escalões de competição somente a equipa de Juvenis poderá alcançar o Nacional, o que é muito pouco para os pergaminhos do Clube. Foi mesmo um ano mau, ou é mais que isso?
Sim na minha opinião reconheço que os resultados desportivos podiam ser mais positivos, mas já referi anteriormente que para haver resultados desportivos positivos deveria haver uma combinação de três factores, e a AAC que por ser um clube diferente por vezes dá-se mais interesse à parte escolar do que propriamente desportiva, apesar que a combinação podia ser perfeitamente compatível. Os juvenis de facto não foram apurados para o nacional, mas também à factores extrínsecos que não são controlados pela secção e são estas épocas em que aprendemos algo mais para o futuro.
HP – A equipa de benjamins do AAC está a mostrar que o Clube se regenera e não se perturba com vicissitudes. Com uma equipa muito personalizada e já com muito trabalho de casa, dá a entender que os bastidores do Clube não baixaram a guarda, e querem pôr novamente o Clube no lugar que é seu por direito. É um novo ciclo a começar e para ter continuidade?
Umas das razões importantes para que apareça por vezes equipas personalizadas têm a ver com alguns factores, que por vezes não são possíveis de obter ou conciliar e uma delas, por exemplo, o acompanhamento dos filhos por parte dos pais, um técnico entendido na modalidade e uma comparência assídua aos treinos, jogos. Estes três simples factores poderão a que se venha a ter um futuro interessante na modalidade e na própria instrução dos atletas fora do âmbito desportivo. Actualmente nesse escalão a que se refere é o que está suceder.
HR – Com as alterações nos quadros competitivos, houve necessidade de juntar outras Associações para a realização dos Campeonatos. Quais as vantagens e desvantagens deste modelo de competição?
As vantagens são muito mais que as desvantagens, à um aumento do numero de jogos entre as equipas, a um intercâmbio entre as várias regiões do país, um conhecimento do hóquei de cada região, possibilidade de mais equipas almejarem os campeonatos nacionais, evoluir da capacidade técnica e táctica dos atletas devido a um aumento dos jogos, um conhecer de novas regiões por parte dos pais, atletas e prolongarem uma época que anteriormente era pouco competitiva e levava ao aborrecimento dos atletas em jogar sempre com os mesmos clubes. Já na primeira época onde se realizou os sorteios desses campeonatos dei os parabéns aos representantes das três associações. As desvantagens destes campeonatos são a exigência económica para os pais e clube.
HP- Com quase 2 anos a competir com equipas de 3 Associações, provavelmente já terá uma ideia do trabalho que se realiza nos Clubes de outras Associações. Queres partilhar a sua opinião connosco sobre isso?
É evidente que se nota grandes diferenças de uns clubes para os outros nas três regiões. A prova disso são os resultados desportivos dos vários escalões dos diferentes clubes. Os dois clubes que estão num patamar à parte serão na minha perspectiva o S.C.Tomar e o H.C.Turquel, que demonstram que tem um trabalho bem definido ao nível da sua componente organizativa, em que pretendem obter resultados positivos todas as épocas em que entram em competição. Em relação à Associação académica de Coimbra é um clube diferente, em que se tenta ao máximo conciliar a parte escolar e desportiva, o que por vezes a parte desportiva é um pouco deixado de parte já que o objectivo de ganhar campeonatos ou obtenção de entradas para o nacional por vezes é deitado por terra com faltas aos treinos e aos jogos.  Mas volto a destacar que AAC que em sua grande parte é apoiada nos pais tem como maior vertente a formação do atleta como pessoa na sua vida social, AAC é na nossa opinião o “clube” quase de certeza dentro das três regiões a que tem mais atletas inscritos, o que demonstra também uma vivacidade importante.
HR -  Um ponto sensível, e onde noto existir opiniões muito divergentes, é sobre o modelo competitivo em Benjamins e Escolares. As limitações impostas pelo regulamento federativo, por exemplo com a obrigatoriedade de 2 GR por equipa, limita em muitos clubes a apresentação de equipas nestes escalões. Isso faz com que em muitos Clubes os jovens atletas pelo facto de não competir poderem acabar por desistirem da modalidade. Qual é a tua opinião sobre esta problemática?
A minha opinião é simples, acho que no âmbito regional apesar de sermos regidos pelas leis federativas deveriam se abrir excepções nos encontros regionais sobre a utilização de um guarda-redes por equipa, porque como todos nós sabemos muitos clubes não inscrevem equipas devido a ter um número reduzido de atletas e neste caso propriamente dito de ter só um guarda-redes. Acho que em casos destes deve-se é alertar os clubes que em caso de um dia disputarem um campeonato nacional não será permitido a participação dessa mesma equipa devido a ter só um guarda-redes, caberá aos responsáveis do próprio clube resolverem tal situação. O não deixar participar estes escalões com falta de atletas, é matar mais o hóquei do que ele já está, porque estes escalões de formação em que se fazem encontros e que são mesmo para instrução dos atletas não se deveria ser tão exigente quanto a essas regras com os clubes principalmente algumas regiões onde sabemos que a densidade populacional tem vindo a diminuir.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

FINAL FOUR - INICIADOS

 A Associação de Patinagem de Coimbra, responsável pela realização do Campeonato Regional de Iniciados, já indicou os locais para a realização das final four para este escalão que se efectuarão no próximo Domingo dia 23 de Janeiro.
Alcobaça foi a Cidade escolhida para a realização da Final Four do apuramento das equipas entre 1.º e 4.º classificados.
As equipas envolvidas serão o Águias da Memória, Santa Cita (grupo “A”), HC Turquel “B” e HC Santarém (grupo “B”).
A Vila de Turquel vai acolher a final four entre os 5.º e 8.º lugares, e onde estarão presentes o SC Tomar e FCO Hospital (3.º e 4.º dos Grupo A) e Vigor e Mocidade e J. Ouriense (3.º e 4.º dos Grupo B) .
Por fim, Mira foi a localidade escolhida para a realização do apuramento entre os 9.º e 12.º lugares. As equipas presentes serão o SC Marinhense e o HC Turquel “A” (5.º e 6.º do grupo “A”) e A Académica C e o Alcobacense CD (5.º e 6.º do grupo “A”).



Que Hóquei temos, que Hóquei queremos? - III


Esta semana iremos ter no Blog “HOQUEIREGIONAL”, Francisco Mogas, actual presidente do HC Santarém, acumulando as funções de coordenador de todo o Hóquei do Clube.
Natural de Castelo Branco, acabaria por se radicar em Santarém fruto da sua actividade profissional (reformado das Forças Armadas). Licenciado em Gestão de empresas, Francisco Mogas, dedicou uma parte da sua vida à modalidade, primeiro como praticante (entre 1978 e 1998), abraçando posteriormente a área técnica há já 12 anos.
Fruto da sua personalidade sairia em ruptura com os “Grupo de Futebol Empregados no Comércio de Santarém” e lançaria as bases do HC Santarém que hoje conhecemos.
Vamos pois ouvi-lo sobre as incidências do hóquei regional e abordar alguns temas que pensamos ser pertinentes para a evolução desta modalidade.
  
HR - Francisco, antes de mais que balanço fazes dos 8 anos de existência, do HC Santarém?
FG- Quando se iniciou este projecto ainda no Grupo de Futebol dos Empregados no Comércio de Santarém o hóquei em patins era uma modalidade em vias de extinção em Santarém. Apenas havia uma equipa de formação que apareceu logo após o desaparecimento da equipa de seniores. Hoje o HCS tem patinagem artística com diversos títulos e hóquei em patins onde desde o primeiro título distrital tem vindo todos os anos a escrever um campeão num dos escalões de formação. Portanto, a nível desportivo o balanço é super positivo dada a projecção a nível regional e até nacional. A nível social, a maior vitória foi sem dúvida a utilidade pública atribuída em Junho do ano passado, como um reconhecimento que eu acho merecido, pelo trabalho realizado ao longo destes anos.

HR- O trabalho desenvolvido desde 2002 nas camadas jovens, é um dos mais fortes a nível Regional. Desde a Iniciação que o trabalho que vai sendo desenvolvido, nos últimos anos no Clube tem dado frutos, visíveis nos títulos que entretanto foram sendo conquistados pelos diversos Escalões. Isto deve-se à capacidade mobilizadora do Clube para atrair os jovens, ou também pelo trabalho desenvolvido pelo corpo técnico?
FM- Deve-se essencialmente a um triângulo cujos vértices, de uma maneira geral, têm funcionado: pais, patinador e treinador. Quando estes três vértices funcionam começam a surgir coisas muito engraçadas que a nível desportivo quer social. Este triângulo associado a uma Direcção virada para o mesmo objectivo tem sem dúvida tudo para ganhar e é uma garantia de sucesso a médio longo prazo. Trabalhar em escalões de formação é preciso ter a capacidade de ser muito paciente e perseverante, e aqui voltamos ao triângulo pais, treinadores e patinadores.

HR- Com a alteração dos quadros competitivos nas camadas jovens, houve necessidade de envolver as 3 Associações para a realização dos Campeonatos. Que ilações se podem tirar desta “parceria” inter associativa?
FM- Apesar do aumento de custos para os clubes que a junção das 3 associações acarreta foi sem dúvida a coisa mais acertada nos últimos 15 anos no que diz respeito ao hóquei regional. A médio longo prazo os resultados serão fabulosos. A mentalidade do Português normalmente é pensar pequenino pois somos um país diminuto. Também aqui se verifica a mesma coisa. Como é que é possível num país tão pequeno ter 12 associações. Se pensar a sério e em prol da modalidade as associações deveriam juntar-se e constituir uma única – Associação de Patinagem do Centro ou outro nome qualquer pois o nome é irrelevante. Importante é o trabalho que se realiza. Vejamos a aberração e o dispêndio de tempo e energias – existem pelo menos três pessoas que fazem na sua respectiva associação os calendários de jogos e toda a logística relativa às provas. Será que haverá esta necessidade. Até agora o que é que as Associações têm feito para o desenvolvimento das modalidades? No hóquei patins apenas gerem os campeonatos e de ano para ano esta é a rotina e não passa daqui. Que contributo deram as associações para o aparecimento de clubes para a modalidade. Antes pelo contrário, na região centro do País os dedos das duas mãos não chegam para contar as equipas que têm acabado com a modalidade.
E que tal fazer um levantamento de pavilhões onde se pode praticar o HP e a Patinagem. Artística e onde não existam.
E que tal tentar entrar em contacto com Câmaras Municipais, Juntas de Freguesia, fábrica de patins – TVD, Skater, e outras e em coordenação fazer o surgimento da modalidade pela zona centro naqueles locais.
Temos de semear para colher e até agora tem sido só colher – inscrição de patinadores, multas e pouco mais.
 É certo as 3 Associações têm trazido algumas provas importantes quer a nível nacional quer internacional mas isso tem trazido mais patinadores?
O Luso está na moda para eventos nacionais e internacionais mas já apareceu alguma equipa do Luso?
Um bom exemplo foi o campeonato da Europa femininos em Mira que fez aparecer o Lagonense. Mas isto é muito curto.

HR- Como Coordenador do HC Santarém, como vês o trabalho que os Clubes que estão inseridos nesta Região, vai sendo desenvolvido?
FM- Não quero particularizar mas existem poucos clubes onde o desenvolvimento da modalidade tem sido muito bom, mesmo óptimo. Desconheço como funcionam pelo que correria o risco de ser injusto ou incorrecto. Sei como temos feito para poder apresentar um trabalho de qualidade que proporcione o desenvolvimento da modalidade em Santarém e gostaria de ver todos os clubes da região com os escalões todos. Seria na verdade o ideal e estaria garantido o futuro da modalidade na zona centro do País.

HR – Existe algum constrangimento em falar das “competições” mais jovens (Escolares e Benjamins). Deve ou não existir já nestes escalões alguma forma de competição? Alguns dos requisitos que estão consignados no Regulamento Federativo tem ou não sido um entrave para o desenvolvimento da modalidade? Gostaria que desses uma opinião pessoal acerca destas questões.
FM- Sobre este assunto já escrevi um artigo que está disponível no site do HCS e noutros. Parcos foram os comentários sobre o assunto e apenas recebi dois comentários sendo um do Jaime Santos ex-treinador do CDPA.
O que é de lamentar é que um assunto tão importante para o futuro do hóquei tenha tido tão poucos comentários e opiniões.
Vivemos num país de medíocres onde importa dizer mal sobre pequenas coisas, opinar sobre vulgaridades e onde o importante passa ao lado da maior parte das pessoas, pois a massa cinzenta que possuem é tão pequena que a mesquinhez e a vulgaridade, sobrepõem-se à pouca inteligência que possuem.
Lamentavelmente este exemplo começa em cima com muitos dos políticos e arrasta-se até cá abaixo.
O que é de saudar é que ainda existem (poucas) pessoas como o Jaime Santos que opinam de uma forma positiva e construtiva tendo por trás um manancial de experiência que foram mais de 20 anos dedicado à formação do CDPA.
Para ser mais claro e conciso – se os dirigentes e essencialmente treinadores não quisessem mostrar resultados (só a vitória no final do jogo é que interessa) naqueles escalões então o artigo 55º do regulamento geral de HP não tinha necessidade de existir nem nunca tinha sido sequer pensado. A essência do artigo está correcta mas não proporciona um aumento de patinadores que é o que se pretende para aqueles escalões.

HR – Para terminar, coloco este espaço para, se assim o entender, deixar uma mensagem a todos aqueles que acompanham o HP, e em particular o Hóquei Juvenil.
FM- A Internet tem sido um meio fabuloso de divulgação da modalidade e para isso tem contribuído os amantes deste desporto que através de sites e blogs têm-se afirmado no contexto nacional e internacional dando as suas opiniões e de outros divulgando o HP da melhor maneira que sabem. Os meus parabéns a todos.
Dirigentes de Portugal e amantes do HP tentem fazer o mesmo nas associações e nos clubes. Precisa-se sangue novo, ideias novas que conjugadas com a experiência de muitos poderão fazer da modalidade o que já foi em tempos.
Costuma-se dizer, não imitem, inovem (Do not imitate, innovate). Eu direi, imitem o que está bem feito e temos alguns bons exemplos no País.
Depois é só ter paciência e perseverança para continuar no tempo.